Frame(d). A lógica da visão
Resumo
Tão importante como compreender o acontecimento em si mesmo, é talvez ponderar o processo através do qual tomamos conhecimento desse acontecimento, o que inevitavelmente nos remete não só para a sua construção e para as operações de selecção (de fontes, de imagens, de palavras, de ângulos de abordagem) inerentes a esse mesmo processo, mas também para o próprio meio que o traz até nós. Innis e McLuhan obviaram o facto de não podermos ver no meio um intermediário inócuo, aspecto que as últimas décadas confirmaram e acentuaram. Numa cultura em o acesso à informação, ao mundo e ao outro é quase totalmente sustentado por algum tipo de tecnologia, da televisão ao computador e à Internet, passando pelo inevitável telemóvel, urge ponderar a relevância destes meios enquanto (mais do que veículos ou suportes) estruturas cognitivas capazes de condicionar os conteúdos a um formato específico – e, consequentemente, a nossa percepção dos mesmos. Porque o meio opera tanto ao nível da emissão, como da mensagem e da própria recepção, este domínio sobre a totalidade do processo comunicativo impõe a sua ponderação. E ponderá-lo implica relacioná-lo e vê-lo confluir com conceitos como interface e representação, à medida que nos damos conta de que mediar é formatar e formatar é conformar, ajustar a um formato – o que, no limite, se traduz num modo de ver, que é também, inevitavelmente, um modo de dar a ver e, portanto, de conhecer e dar a conhecer.Palavras-chave: mediação, representação, interface, frame.
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Publicado
2013-09-03
Edição
Secção
Artigos
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