Santa Ketevan – um modelo de acção religiosa na Geórgia

  • Nuno Grancho

Resumo

Procedemos a um faseamento dos acontecimentos que envolveram, directa ou indirectamente, o martírio da Rainha Santa Ketevan, para um melhor análise e entendimento dos mesmos. Deste modo identificamos quatro capítulos distintos, correspondentes no seu conjunto a uma baliza cronológica que vai de 1613 a 1628, ou se quisermos da tentativa de conquista do Gorgistão pelo rei Xá Abbas da Pérsia, até à colocação de parte das relíquias na Igreja do Convento da Graça, em Goa. A tentativa de conquista do Gorgistão pelo rei da Pérsia e, o consequente esforço diplomático por parte do rei Tamaraschan, com o envio de uma embaixada à Pérsia, para a qual foi convidada a rainha Guativanda de Dopoli, corresponde a uma primeira fase dos aconteci men tos, seguindo-se uma segunda, caracterizada pelo seu cativeiro na cidade de Xirás. Embora nenhuma das duas fases anteriores contemple o martírio e, consequentemente a distribuição das relíquias por diversos pontos do mundo cristão, ambas ajudam a compreender melhor o enredo que antecede e, que de certo modo, tem como deselace a sua morte. O martírio ocorrido no ano de 1624, a descoberta do corpo só teve lugar em Janeiro do ano seguinte, graças aos religiosos de Santo Agostinho - traduz um capítulo autónomo, fundamental no contexto da presente investigação, exigindo por isso uma análise mais cuidada de todos os acontecimentos posteriores. Segue-se por fim o quarto e ultimo capítulo, no qual se identifica a distribuição feita (pelos religiosos da referida Ordem) das relíquias da Rainha Santa Ketevan, levada acabo nomeadamente no Gorgistão e em Goa, então o “cérebro” de toda a Cristandade no Oriente.

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Publicado
2013-10-23
Secção
Parte II - Missionação no Império Colonial Português teorias historiográficas e novas metodologias de investigação