O Dr. Robert Reid Kalley e o estabelecimento do Presbiterianismo em Portugal e no Brasil

  • Rui A. Costa Oliveira

Resumo

São várias as teses que correm sobre as razões que impediram ou retardaram a difusão das ideias da Reforma, em Portugal. Porém, uma atenta leitura de muitos dos factos sociais, ocorridos nos espaços sob soberania da coroa portuguesa, desde o século XVI até aos temerários passos dados pelo Rev. Kalley, já em meados do século XIX – para cuja reflexão poderão concorrer estas notas –, constituem indícios consistentes que nos forçam a acreditar que, também em Portugal, desde o início, correram esses «novos ventos» da religião reformada. Apesar da apertada de vigilância, quer das inquisitoriais cautelas, que propunham a cega defesa da doutrina da fé institucionalizada, quer das suspeitosas dúvidas que sempre acompanhavam as ideias de mudança, esses «ventos» chegavam e manifestavam-se, ora envoltos de sinais de contradição e contestação social, importados por via daqueles cuja mobilidade os aproximara dos meios fulcrais europeus onde ocorriam as grandes transformações, ora veiculados pelos agentes da inovação, que, através das naus das demandas e nos portos nacionais de transvaze, juntamente com as mercadorias, deixavam também a atrevida crítica dos olhares e a arriscada inquietação do questionamento.

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Publicado
2013-11-21
Secção
Parte I: Investigação em Ciência das Religiões: o Protestantismo no Espaço Lusófono