Experiência mística ou loucura? Uma distinção sociocultural?

  • Denise de Assis

Resumo

Em 1989, o psicanalista indiano Sudhir Kakar, enquanto preparava um ciclo de conferências para a universidade de Chicago, ao comentar incidentalmente sobre seu trabalho a respeito do grande místico Ramakrishna, chamou a atenção da filósofa francesa Catherine Clément, ao descrever seus sintomas. O livro de Pierre Janet (De l’angoisseà l’extase) , que Catherine tinha em sua biblioteca, narrava a história da “louca” Madeleine, paciente de Janet por vinte anos, que apresentava fenômenos muito semelhantes aos do mestre indiano: êxtases, sintomas orgânicos e hábitos místicos. Havia apenas uma única diferença e que se constituía como viga mestra entre ambos:enquanto o místico vivia em Calcutá, a doente francesa foi hospitalizada durante longos anos no hospital da Salpetrière, por delírio místico. Este artigo é baseado no livro A louca e o santo e tem por objetivo demonstrar o quanto a cultura influencia no diagnóstico com base em fenômenos relacionados a estados alterados de consciência.

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Publicado
2014-06-19
Secção
Parte III: Olhares sobre temas definidores do Estudo das Religiões