DOSSIÊ “ANTICLERICALISMO”

  • Luís Machado de Abreu

Resumo

INTRODUÇÃO
NOVOS E VELHOS ANTICLERICALISMOS
A julgar pelo franco acolhimento que gestos, palavras e decisões do Papa Francisco encontram hoje na generalidade da opinião pública, o anticlericalismo, incluindo a sua versão antijesuítica, estaria a sair de cena a passo acelerado. Católicos, crentes de outras confissões religiosas, e até agnósticos e ateus, parecem escutar a mensagem e seguir com apreço as frequentes intervenções do papa. E não deixa de ser surpreendente que se esbocem atitudes de incómodo, de reserva e mesmo de indignada contestação vindas agora, pasme-se, dos mais intransigentes sequazes das teologias do mercado. Dir-se-ia que novos anticlericais vêm ocupar o lugar que os anticlericais clássicos estariam a deixar vazio por sentirem que os argumentos com que sustentavam a causa foram, a pouco e pouco, enfraquecendo e perdendo oportunidade.
Os teólogos do mercado e da finança, com a sua plêiade de acólitos, parecem agora em vias de se constituírem em novos adversários do clero. Em tempos de crise, a Igreja, com clero e laicado movidos pelas urgências da solidariedade social e pastoralrmente mobilizados pelo magistério do Papa Francisco, estaria a increpar os interesses egoístas das poderosas forças do mercado. Ao proceder assim, a Igreja andaria a invadir território alheio e a usurpar as temporalidades que pertencem a César. (...)

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Publicado
2017-11-27