Humor, Crítica e Autocrítica Religiosa
Incidências e Funcionalidades dos Usos do Humor na e Sobre a Igreja Católica
Resumo
Resumo
Com esta comunicação pretendemos dar conta e caracterizar a prática abundante do humor em torno e no seio da Igreja Católica.
De facto, a Igreja Católica, a sua hierarquia, as suas instituições, os seus membros ligados por relações de fidelidade e obediência diversas, a sua moral, as suas ordens têm sido e continuam a ser objeto de muito humor, quer como arma crítica quer como forma de relativização da rigidez desta instituição bimilenar.
Mas o humor produzido pelos críticos da Igreja que, por esta via, castigam os excessos de fundamentalismos de alguns e de hipocrisia de outros, é complementado por um uso bastante fecundo do humor pelos membros mais comprometidos da própria Igreja Católica. É conhecido o humor eclesiástico muito praticado por padres e frades e até por freiras. Este humor interno funciona como forma de atenuação e de evasão relativamente ao peso da sisudez que a vida religiosa na Igreja exige. É sem dúvida uma saudável forma de terapia também.
Procuraremos reunir uma amostra composta por um conjunto de ditos e anedotas emblemáticas representativas do humor praticado dentro e fora da Igreja para fazermos uma proposta de caracterização e classificação.
Indagaremos ainda usos do humor que nos permitam ilustrar apreciações divertidas dos vários campos institucionais, relacionais e de exercício do poder na Igreja, como seja, o humor papal, o humor decorrente de relações de uma certa concorrência entre Ordens Religiosas, o humor sobre as relações entre padres e sacristãs, entre outros.
Palavras-Chave: Humor, Igreja Católica, Ordens Religiosas, Moral, Crítica, Terapia
Abstract
With this communication we intend to provide an account and characterize the frequent practice of humour around and within the Catholic Church.
In fact, the Catholic Church, its hierarchy, its institutions, its members connected by various relations of loyalty and obedience, its morals, its orders, have been and continue be the subject of much humour, either as a critical weapon or as a way to relativize the rigidity of this two thousand year old institution.
But the humour produced by critics of the Church, who punish the fundamentalist excesses of some and hypocrisy of others this way, is complemented by a very fruitful use of humour by the most committed members of the Catholic Church itself. The ecclesiastical to humour practiced by priests and monks and even nuns is well known. This internal humour works as a form of mitigation and evasion of the weight of seriousness required by a religious life in the Church. It is certainly a healthy form of therapy as well.
Our purpose is to gather a sample of a set of emblematic and representative sayings and jokes of the humour practiced inside and outside the Church in order to present a proposal for characterization and classification.
We will further question the uses of humour that allow us to illustrate amusing appreciations of the various institutional and relational fields of the Church, as well as those related to the exercise of power, such as papal humour, humour arising from a certain competition between religious orders, humour between priests and sacristans, among others.
Keywords: Humour, Catholic Church, Religious Orders, Moral, Criticism, Therapy