A morte de um ídolo. A construção do herói contemporâneo
Resumo
Passados quinze anos da morte de Ayrton Senna parece-me oportuno voltar o olhar para as condições de nascimento deste herói contemporâneo. Sua morte, tornada um grande acontecimento midiático, foi catalisadora de fluxos do capital, bem como de valores contemporâneos. Para Marcel Mauss, o melhor momento para se estudar uma sociedade é quando se tem o fato social total, instância onde a totalidade do social apresenta-se folheada e formada por planos justapostos, manifesta na experiência. Por possuir esse caráter de fato social total o acontecimento “morte de Ayrton Senna” torna-se propício para se pensar neste mito e na Condição Pósmoderna. A morte de Senna é então tomada como ponto de partida para se pensar questões concernentes à contemporaneidade – sociedade do consumo e do espetáculo, que se desnuda, na morte de um de seus maiores ídolos, mostrando sua face perversa. Há que se fazer desta morte consumo do consumado, revirar a ferida narcísica condenada a não cicatrizar, a finitude humana, e dela fazer reverberar uma imortalidade possível, midiática, esquizóide. A questão da comunicação midiática como elemento vínculo da organização social, bem como de sua posição central na estruturação da sociedade contemporânea será enfatizada. O tema da velocidade, dada a pertinência ao esporte em questão, a Formula 1, será ressaltado. Será abordado o estatuto do corpo na atualidade, o seu valor no esporte e a relação da Fórmula 1 com a televisão. Partirei do pressuposto de que o corpo hoje é capital e objeto de consumo; objeto de investimentos narcísicos de onde se desejam extrair signos visíveis de beleza, felicidade e saúde.Palavras-chave: Ayrton Senna, herói, media, morte.
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Publicado
2013-09-03
Edição
Secção
Artigos
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