Contribuição ao estudo de histiocitomas cutâneos caninos
Resumo
Objetivos: O histiocitoma cutâneo canino (HCC) é uma neoplasia benigna comum em cães jovens, com origem nas células de Langerhans. A predisposição racial deste tumor não é clara. Este estudo tem como objetivo, a caracterização epidemiológica destes tumores em Bulldogs Franceses (BF) e compará-los com as outras raças, relativamente às variáveis sexo, idade, tamanho, localização anatómica, diâmetro e distribuição geográfica.
Materiais e Métodos: Estudo retrospetivo com base na população de casos de tumores cutâneos diagnosticados no laboratório DNAtech de Janeiro de 2020 até Fevereiro de 2022.
Resultados: Foram identificados um total de 359 HCC. A maioria dos casos pertenciam a machos (58.5%) e 50% dos casos ocorreram até aos 2 anos de idade. A raça com maior número de casos foi o BF com 24% do total das amostras. A face e o membro anterior foram os locais mais comuns de HCC. Os resultados estatísticos mostraram uma relação entre a raça BF e a face. Os machos apresentaram lesões maiores comparativamente às fêmeas e as lesões na região perianal eram maiores do que as restantes lesões. Os machos da raça BF e Boxer apresentaram maior probabilidade de desenvolver um HCC do que em fêmeas e nas restantes raças.
Conclusão: A célula de Langerhans é uma célula apresentadora de antigénio responsável pelo controlo das respostas imunológicas da pele. Perceber o porquê de uma maior prevalência de um tumor destas células nos BF, poderá abrir caminho a outras linhas de investigação que não se resumem à oncologia.
Palavras-chave: Histiocitoma cutâneo canino; Célula de Langerhans; Bulldog Francês.