Deteção e caracterização morfológica de Kudoa sp. em pescado de Peniche

  • Laura Almeida Faculdade de Medicina Veterinária, Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias, Campo Grande, 376, 1749 - 024 Lisboa
  • Beatriz Mendes Faculdade de Medicina Veterinária- Universidade Lusófona, Centro Universitário de Lisboa
  • Leonor Abegão Faculdade de Medicina Veterinária- Universidade Lusófona, Centro Universitário de Lisboa
  • Monalisa Medeiros Faculdade de Medicina Veterinária- Universidade Lusófona, Centro Universitário de Lisboa
  • Tomás Moita Faculdade de Medicina Veterinária- Universidade Lusófona, Centro Universitário de Lisboa
  • Ricardo Barbosa Faculdade de Medicina Veterinária- Universidade Lusófona, Centro Universitário de Lisboa
  • Inês Mira Faculdade de Medicina Veterinária- Universidade Lusófona, Centro Universitário de Lisboa
  • Sónia Ramos Centro de Investigação Veterinária e Animal (CECAV), Faculdade de Medicina Veterinária, Universidade Lusófona, Centro Universitário de Lisboa, Portugal.
  • Ana Maria Munoz Centro de Investigação Veterinária e Animal (CECAV), Faculdade de Medicina Veterinária, Universidade Lusófona, Centro Universitário de Lisboa, Portugal.
  • Tiago Leandro Gomes Centro de Investigação Veterinária e Animal (CECAV), Faculdade de Medicina Veterinária, Universidade Lusófona, Centro Universitário de Lisboa, Portugal.

Resumo

Objetivos: A presença de mixosporos de Kudoa (Mixozoa: Multivalvulida) no músculo dos peixes tem estado associado a perdas económicas na Indústria da pesca, devido a mioliquefação post-mortem. Pode também ser um risco para a Saúde Pública visto ser um agente potencialmente zoonótico. Pretendeu-se com este trabalho analisar uma amostra de 25 cavalas (Scomber colias) e 25 carapaus (Trachurus trachurus), descarregados em Peniche em março de 2024, e caracterizar morfologicamente os mixosporos detetados.

Material e métodos: Em cada peixe, foi colhida uma amostra de músculo de 1 g da região dorsal anterior e outra da região dorsal posterior.

As amostras foram maceradas com solução de NaCl 0.9%, filtradas, e fixadas em etanol 70%. Os mixosporos foram posteriormente contados com uma câmara de Neubauer, seguindo-se a análise morfológica das células parasitárias ao microscópio óptico na objetiva 100x.

Resultados: A prevalência de Kudoa sp. foi de 100% em carapau, apesar de não se terem detetado alterações macroscópicas, e de 0% em cavala. A intensidade média em carapau foi de 1,33x105 mixosporos/g com valores mínimo e máximo de 3,75x103–2,85x105, respetivamente. Os mixosporos observados apresentavam uma forma subesférica, largura de 5–6 μm, espessura de 4–5 μm, comprimento de 4–5 μm, com quatro cápsulas polares de dimensões idênticas, largura de 1,2–1,9 μm e espessura de 1,0–1,2 μm.

Conclusão: Este estudo confirmou a presença deste parasita com potencial zoonótico em produtos da pesca para consumo humano. Desta forma, sublinha-se a congelação prévia como medida preventiva essencial quando o peixe é consumido cru ou insuficientemente confecionado. Esta medida é particularmente relevante uma vez que os controlos oficiais preconizam apenas a inspeção visual na deteção de parasitas visíveis, o que exclui os mixozoários do género Kudoa.

Palavras-chave: Saúde pública, Kudoa sp., Morfometria, Peixe.

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Publicado
2025-01-02