Diagnóstico molecular e serológico de Herpesvírus Canino em cães de canis de reprodução na Região Metropolitana de Lisboa e Vale do Tejo

  • Sofia Santos Faculdade de Medicina Veterinária, Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias, Campo Grande, 376, 1749 - 024 Lisboa
  • Francisca Figueiredo Faculdade de Medicina Veterinária- Universidade Lusófona, Centro Universitário de Lisboa
  • Paulo Borges Centro de Investigação Veterinária e Animal (CECAV), Faculdade de Medicina Veterinária, Universidade Lusófona, Centro Universitário de Lisboa, Portugal.
  • Margarida Alves Centro de Investigação Veterinária e Animal (CECAV), Faculdade de Medicina Veterinária, Universidade Lusófona, Centro Universitário de Lisboa, Portugal.

Resumo

Objetivos: O herpesvírus canino tipo I (HVC-1), agente com distribuição ubíqua, é causa de infertilidade, distúrbios reprodutivos e mortalidade neonatal na cadela. Parte da população canina adulta tem infeção latente. A informação sobre a infeção por HVC-1 no trato genital da cadela é escassa. Este estudo teve como objetivos: 1) deteção molecular de HVC-1 em cães reprodutores de canis, 2) avaliação da seroprevalência da infeção por HCV-1 e 3) comparar a excreção do vírus a nível nasal, ocular, vaginal e prepucial.

Materiais e métodos: Foi realizada a extração de DNA em zaragatoas oculares (n=41), nasais (n=39), vaginais (n=28) e prepuciais (n=12), recolhidas em 40 cães (28 fêmeas, 12 machos) em idade fértil, pertencentes a 4 canis de reprodução. A presença de HVC-1 foi avaliada por PCR convencional, com primers específicos para o gene da glicoproteína B. A partir de amostras de soro, foi realizado um teste de ELISA para pesquisa de anticorpos anti-HVC-1.

Resultados: Em 77,50% (31/40) dos animais foi amplificado DNA de HVC-1; em 12,50% (5/40) obteve-se um resultado negativo e em 10% (4/40), um resultado duvidoso. Nos 4 canis estudados foram identificadas frequências de infecção de 55,56% (5/9), 73,33% (11/15), 87,50% (7/8) e 100% (8/8). Dois destes canis tinham historial de animais com problemas reprodutivos. As zaragatoas vaginais apresentaram maior frequência de resultados positivos (64,29%; 18/28), quando comparadas com os restantes tipos de zaragatoas. As zaragatoas nasais, oculares e prepuciais apresentaram frequências de resultados positivos de 17,95% (7/39), 21,95% (9/41) e 41,67% (5/12), respetivamente. Relativamente à seroprevalência, todos os animais apresentavam anticorpos anti-HVC-1. O canil de criação C apresentou títulos de anticorpos mais elevados que as restantes coletividades.

Conclusões:

Nos canis estudados foi observada uma elevada frequência de infecção por HVC-1. Os resultados da seroprevalência confirmam a elevada exposição ao vírus. Estes resultados são importantes pois contribuem para o conhecimento sobre a transmissão do HVC-1 e a sua relação com a saúde reprodutiva das cadelas.

Palavras-chave: Herpes Vírus Canino, Diagnóstico molecular, PCR, Diagnóstico serológico, Canis de reprodução.

Financiamento: O presente trabalho foi financiado pelo Instituto Lusófono de Investigação e Desenvolvimento (Bolsas Estágio FMV-MIMV 23-24; https://imvet.ulusofona.pt/investigacao).

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Publicado
2025-01-02