Frequência e caracterização fenotípica de estirpes de Campylobacter coli em suínos abatidos para consumo Humano em Portugal

  • Rute Rosa Faculdade Medicina Veterinária- Universidade Lusófona- Centro Universitário de Lisboa
  • Alexandra Nunes Faculdade Medicina Veterinária- Universidade Lusófona- Centro Universitário de Lisboa
  • Margarida Alves Faculdade Medicina Veterinária- Universidade Lusófona- Centro Universitário de Lisboa
  • Adriana Belas Faculdade Medicina Veterinária- Universidade Lusófona- Centro Universitário de Lisboa
  • Isabel Santos Faculdade Medicina Veterinária- Universidade Lusófona- Centro Universitário de Lisboa
  • Ana Lima Faculdade Medicina Veterinária- Universidade Lusófona- Centro Universitário de Lisboa
  • Joana Mota Faculdade Medicina Veterinária- Universidade Lusófona- Centro Universitário de Lisboa
  • Laurentina Pedroso Faculdade Medicina Veterinária- Universidade Lusófona- Centro Universitário de Lisboa
  • João Paulo Gomes
  • Sónia Ramos Faculdade Medicina Veterinária- Universidade Lusófona- Centro Universitário de Lisboa
  • Mónica Oleastro Laboratório de Referência das infeções Gastrintestinais, Departamento de Doenças Infeciosas, Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge, Lisboa, Portugal

Resumo

Objetivos: Este estudo visa a avaliação da frequência de Campylobacter spp. em amostras fecais de suínos abatidos para consumo humano em Portugal e, caracterização fenotípica dos isolados identificados.

Materiais e Métodos: Durante 6 meses, foram colhidas um total de 209 amostras de fezes de suíno em dois matadouros portugueses, que abatem animais de diferentes regiões do país. O isolamento microbiológico foi realizado de acordo com a norma ISO 10272-1:2017 (E). Todos os isolados suspeitos de Campylobacter spp., foram confirmados e identificados por MALDI-TOF. Em todos os isolados com identificação positiva para Campylobacter coli foi estudada a suscetibilidade a 7 antibióticos pelo método de difusão em disco e interpretado de acordo com os critérios EUCAST e SFM.

Resultados: Das 209 amostras estudadas, 8.6% (18/209) foram positivas para Campylobacter, das quais 11 foram identificadas como C. coli, enquanto 4 foram identificados como Campylobacter hyointestinalis e 3 como Campylobacter sputorum bubulus. Todos os 11 isolados C. coli identificados foram resistentes à tetraciclina, tendo também mostrado resistência à ciprofloxacina (82%), à eritromicina (36%) e à amplicina (27%). Todos os isolados testados foram sensíveis à combinação amoxicilina com ácido clavulânico, ao ertapenem e à gentamicina. Dos 11 isolados de C. coli, 6 (54.5%) apresentaram um perfil de multirresistência (MDR), sendo resistentes a 3 três classes de antibióticos diferentes.

Conclusão: No nosso estudo, C. coli foi a espécie mais frequentemente identificada em suínos abatidos para consumo humano, sendo a segunda espécie mais relevante para a infeção humana. Mais de metade dos isolados C. coli identificados apresentaram um perfil de MDR. Finalmente, uma elevada percentagem de resistência à ciprofloxacina e à tetraciclina foi detetada, sendo estes 2 dos antibióticos mais utilizados usados no tratamento da infeção a Campylobacter.

 

Palavras-Chave: Campylobacter coli; Suínos; Resistências; Antibióticos; Saúde pública.

Financiamento: Este trabalho insere-se no projeto estratégico “ResisCampyOH - Multidrug resistant Campylobacter jejuni and Campylobacter coli in Portugal: a One Health study to understand the sources, transmission and persistence”, financiado pela FMV-ULHT em 2022-2023.

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Publicado
2024-01-16