Mastocitomas dos cães – análise epidemiológica aos dados de 2017-2021 do laboratório DNAtech

  • José Catarino Faculdade Medicina Veterinária- Universidade Lusófona- Centro Universitário de Lisboa
  • Katia Pinello Vet-OncoNet, Departamento de Estudo de Populações, Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar, Universidade do Porto, Portugal
  • João Niza-Ribeiro Vet-OncoNet, Departamento de Estudo de Populações, Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar, Universidade do Porto, Portugal
  • Joana Santos Faculdade Medicina Veterinária- Universidade Lusófona- Centro Universitário de Lisboa
  • Joana Reis IPVC - Instituto Politécnico de Viana do Castelo, Viana do Castelo, Portugal e CISAS
  • Rita Payan-Carreira Faculdade de Medicina Veterinária, Universidade de Évora, Évora, Portugal
  • Inês Carvalho DNAtech, Laboratório Veterinário, Lisboa, Portugal
  • Maria Marcelino DNAtech, Laboratório Veterinário, Lisboa, Portugal
  • Pedro Faísca Faculdade Medicina Veterinária- Universidade Lusófona- Centro Universitário de Lisboa http://orcid.org/0000-0002-3922-3602

Resumo

Objetivos: Os mastocitomas (MCT) são as neoplasias malignas mais frequentes nos cães, contudo a informação sobre os fatores de risco é dispersa e por vezes pouco clara. O objetivo deste estudo foi analisar possíveis fatores de risco associados ao seu desenvolvimento.

Material e Métodos: Este é um estudo retrospetivo sobre MCT diagnosticados no Laboratório Veterinário DNAtech entre 2017 e 2021. Foram recolhidos dados sobre idade, sexo, raça, localização anatómica e código postal da clínica requisitante. Foi realizada uma análise descritiva e inferencial. Foi calculado o Risco de Incidência utilizando-se da população canina do SIAC (Lisboa e Setúbal).

Resultados: 905 MCT caninos foram diagnosticados (~180 casos/ano) e apresentam uma média de idade ao diagnóstico de 8,3 anos DP=2,9. Quanto ao sexo, não há predileção e nem diferenças nas médias das idades. Os cães SRD foram os mais frequentes (n=309, 34,1%) seguidos por Labrador Retriever (197, 21,7%), Boxer (67, 6,7%) e Bulldog francês (64, 6,0%). Estes apresentaram a menor média de idade (6.83 DP=2.5) em oposição aos Beagles (10,3 DP=2.3, p<0.05). Em relação à localização anatómica dos MCT, a mais frequentemente diagnosticada foi no membro posterior (136, 15,0%). Os MCT escrotais apresentaram uma média de idade mais alta (9.00 DP=2.9) quando comparada com as outras localizações. Utilizando a população canina do SIAC, há um risco de incidência anual de 9,27 casos de MT/10.000 cães. Os Boxers foram os cães com maior risco relativo quando comparados com os SRD (7,1, p<0,001) seguidos pelos Shar-pei (6,3, p<0,001) e os Golden Retrievers (5,9, p<0,001).

Conclusões: Os resultados reforçam a idade e a raça como fatores de risco associados ao desenvolvimento de MCT caninos.

 

Palavras-chave: Cão; Epidemiologia; Fatores de risco; Mastocitoma.

 

Financiamento: Candidatura à atribuição de verbas para projeto exploratório- FMV-ULHT 2021- BIOPROGMAST

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Publicado
2024-01-16