POR QUE A TEOLOGIA PENTECOSTAL NÃO PODE SER SISTEMATIZADA?
Resumo
A experiência místico-carismática dos pentecostais, mantida com o anti-intelectualismo inicial e um agressivo ativismo conversionista, preservou por um bom tempo o caráter de movimento do grupo. Porém, como qualquer grupo que se institucionaliza, os pentecostais brasileiros chegaram ao seu estágio escolástico e agora enfrentam o desafio de “sistematizar sua teologia”, ao custo de extinguir a experiência, ou criar um método teológico apofático preservando não só a dimensão mistérica, mas também sua identidade de movimento, fazendo da experiência o locus para sua produção teológica. Como isso é possível? Heidegger, filósofo existencialista, e Lewi Pethrus, líder pentecostal sueco, são colocados em diálogo e ambos convergem ao defender a não sistematização da teologia. O alemão, através do exercício do filosofar, e o sueco, através da experiência. Em comum os dois propõem a impermanência e a tensão do existir. “Lugar” apresentado como um caminho possível para os pentecostais trilharem e assim manter suas características ao mesmo em que podem fazer teologia pentecostal com o caráter de provisoriedade inerente a essa tradição, ou expressão, da fé cristã.