CAPÍTULO 2 - ESTUDO DE CASO: A COLEÇÃO DE IMAGINÁRIA DO MUSEU DIOCESANO DOM JOSÉ; O MUSEU DOM JOSÉ; A DOCUMENTAÇÃO DO ACERVO DO MDJ; LEITURA DE IMAGENS: O QUE PODEMOS INFERIR A PARTIR DA ANÁLISE DE CONJUNTO DA COLEÇÃO
Resumo
Estudo de caso: a coleção de imaginária do museu diocesano dom José
“Sua história existe apenas no momento em que se passou a interrogá-los e não no momento em que são recolhidos, embora com alegria.”
(FARGE, 1989)
Tradicionalmente, a cultura material não era utilizada como documento histórico, mas como objeto de fruição, elemento estético, ilustrativo ou de aguçamento dos sentidos. A produção historiográfica mais recente tem também — sem desmerecer aquelas qualidades — procurado fazer sobre os objetos uma leitura enquanto fontes primárias de pesquisa. Nesta perspectiva, nosso trabalho procurou, ainda que de forma limitada pelas dificuldades inerentes ao propósito e à nossa modesta experiência, levantar informações sobre a complexa rede de produção, circulação, consumo, veneração e posterior institucionalização das imagens sacras que hoje compõem a Coleção de Imaginária do Museu Dom José.
O museu dom José
Conhecido como Museu de Sobral, o Museu Dom José teve sua origem ligada à figura do 1o Bispo de Sobral, Dom José Tupinambá da Frota, ainda na década de 1920, quando o bispo passou a reunir as peças por toda a zona norte do estado do Ceará, além do Piauí e Maranhão (estados próximos).
A documentação do acervo do mdj
Para a Documentação realizada em 1994 foi utilizada uma ficha com três páginas, das quais a primeira — à qual chamamos folha-de-rosto — tinha a finalidade de identificação imediata da peça, com dados como título, função e material, dimensões e fotografias; enquanto que as demais davam lugar à descrição, às análises (iconográfico/decorativa e estilística) e demais informações.
Leitura de imagens: o que podemos inferir a partir da análise de conjunto da coleção
Para o estudo dessa Coleção, entendemos ser proveitoso um estudo do conjunto das imagens sacras a ela pertinentes e, só então, entrar nas especificidades de peças ou subconjuntos que
apresentam características ou dados em comum.
Uma visão mais genérica da Coleção foi possível a partir da elaboração de uma tabela com dados como título, origem, época, procedência, material/técnica, dimensões, estado de conservação e características estilísticas.
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