A Fotografia Estereoscópica em Angola, 1869-1911: Uma Prática Comercial Imersiva
Abstract
Este artigo explora a fotografia estereoscópica em Angola, entre os finais da década de 1860 e o início da década de 1920. Resumiremos a informação e as imagens que captam esta prática, o seu contexto e os temas retratados. As primeiras fotografias estereoscópicas de Angola foram tiradas por fotógrafos profissionais activos durante as décadas de 1860 e 1870. Um contribuinte significativo foi a família Cunha Moraes (embora possa não ter incluído o seu membro mais famoso, José Augusto da Cunha Moraes). Para além disso, havia José Nunes da Silveira, que também operava em Luanda. Para além destes dois estúdios, não encontrámos outras evidências de fotografia estereoscópica em Angola durante este período inicial. O trabalho de Silveira nesta antiga colónia portuguesa começou em 1869, podendo ter terminado em 1878 ou antes. A produção estereoscópica da família Moraes está registada a partir de 1869, embora seja incerto se continuaram a trabalhar durante a década de 1880. Apesar de uma renovação do interesse pela estereoscopia na Europa e em Portugal no final da década de 1890 e no início do século XX, apenas se conhecem algumas imagens estereoscópicas deste período posterior, principalmente ligadas à família Cunha Moraes, sendo provável que tenham sido produzidas por um dos seus membros. São também referidos os trabalhos estereoscópicos menos conhecidos de João Lucas Carreira e João António Calleia.