Memória Afetiva e Migração: Reflexões para a Ética na Museologia Social

Resumo

Este artigo propõe uma reflexão situada sobre a memória afetiva como fundamento de uma ética museológica partilhada, voltada a contextos marcados pela migração, pelo deslocamento forçado e pela produção coletiva de pertencimento. A partir da definição de museu adotada pelo ICOM (2022) e da Recomendação da UNESCO referente à proteção e promoção dos museus e coleções, sua diversidade e seu papel na sociedade (2015), delineia-se uma abordagem que concebe a memória como afeto em circulação e território simbólico. Nesses espaços, constroem-se resistências e reconstituem-se vínculos. A escrevivência, conforme formulada por Conceição Evaristo, orienta a escuta do vivido como fonte legítima de saber, especialmente em contextos atravessados por múltiplas camadas de exclusão e silenciamento. Em pano de fundo, uma paráfrase sutil da parábola do beija-flor atravessa o texto como inspiração ética e poética. Frente às violências que afetam populações migrantes em diversas partes do mundo, defende-se uma museologia social pautada pelo cuidado, sustentada por gestos mínimos que restauram vínculos e reconhecem pertencimentos.

Palavras-chave: Direitos humanos; museologia social; memória afetiva; migração; interculturalidade.

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Publicado
2025-09-22
Como Citar
dos Anjos Fiuza, A. P. (2025). Memória Afetiva e Migração: Reflexões para a Ética na Museologia Social. Cadernos De Sociomuseologia, 70(26), 245-250. https://doi.org/10.36572/csm.v70i26.10674