Museu Colonial de Luanda, 1907-1910: Sustentáculo de Reprodução e Apologia de Soberania Imperial
Resumo
Pretende-se analisar neste estudo, com a desejável contextualização, a nível nacional e internacional, o Museu Colonial de Luanda, 1907-1910 – um tentâmen de Poder simbólico de apoio à Reprodução e Apologia de Soberania Imperial, em tempo dito de Império Africano – oficializado pela Visita do Príncipe Real D. Luís Filipe de Bragança, em 1907, no âmbito da Viagem Imperial que o levou do Tejo ao Atlântico e ao Índico, com retorno, 100 anos após a saída dos seus tetravôs, rumo ao Brasil.
Entende-se, aqui, este Museu Colonial como representação simbólica de Poder Político Colonial e Poder Político Imperial, no somatório dos diversos acervos expostos, no interior, nas varandas e espaços envolventes do Observatório Meteorológico e Magnético; da edição do respectivo Catálogo do Mostruário de Produtos da Província de Angola; da colecção de fotografias da época, em suporte vítreo, ditas “chapas-de-vidro”; do configurador Retrato do Rei que, embora ausente, está presente; da Visita e da mobilizadora Palavra do Príncipe Real, acompanhado do seu protocolar séquito; da nobilitante arquitectura do Museu, reutilização de um antigo templo de alta torre sineira; do próprio local da realização do Museu, no seu todo, na Alta da Cidade – um centro de Poder.
Releva-se como seu organizador o Director deste Observatório, Ernesto Augusto Gomes de Souza, Capitão-de-Fragata, Ajudante-de-Campo do Rei D. Carlos I e do Rei D. Manuel II, também pontualmente Governador-Geral interino de Angola, entre outras funções.
Entendem-se os acervos museológicos reflectidos, em parte inéditos, como tendo sido, ontem, ilustrativos da apetitibilidade da apropriação simbólica do Outro e das suas riquezas; consideram-se esses acervos hoje “restituídos”, neste estudo, elementos potenciadores de Aproximação entre os Povos de Língua Comum, cuja Língua é” também nossa”, dita “Língua de viagem e até de mestiçagem”, de “onde se vê o Mar”.
Palavras-chave: Museu Colonial; Príncipe Real D. Luís Filipe; Viagem Imperial; Poder Simbólico; Angola.
Downloads
Política para Periódicos de Acesso Livre
Autores conservam os direitos de autor e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite a partilha do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.