Entre o arco e o cesto: notas Queer sobre indígenas heterocentrados nos museus e na Museologia
Resumo
Este texto se dedica a apresentar quatro notas retiradas de meus cadernos de campo e de pesquisa sobre a relação entre museus, Museologia e sexualidades indígenas dissidentes da matriz heterossexual ocidental. Procura, sobretudo, promover uma relação teórica entre Museologia LGBT e Museologia Indígena, bem como outras formas de se pensar museus relacionadas aos povos originários a partir do aporte da Sociomuseologia. A primeira nota versa sobre o anti-objeto dos indígenas heterocentrados, ou seja, o modo de entender os povos originários sem dissidências sexuais da matriz heterossexual ocidental; a segunda apresenta os aportes históricos sobre a invenção das dissidências sexuais indígenas, discorrendo a partir de registros coloniais sobre as rupturas impostas às sociedades indígenas no que diz respeito à colonização de suas sexualidades; a terceira apresenta a base sólida do campo teórico da Sociomuseolgia onde seria possível pensar uma Museologia Indígena a partir de sua intersecção com a Museologia LGBT; por fim, analisa algumas das principais experiências de outings indígenas realizadas no peruano Museu Travesti, nos estadunidenses GLBT Historical Society e Field Museum e na sede do grupo paraguaio SOMOSGay. Paralelamente, problematizo a potência e os caminhos possíveis de uma Museologia LGBT interseccionada com uma Museologia Indígena. Tal relação se justifica pela necessidade de se superar as violentas heranças coloniais que o processo de invenção das dissidências sexuais indígenas legou aos dias atuais.
Palavras-Chave: Indígenas; Museologia; LGBT; Teoria Queer
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