Memórias rebeldes : a invenção clássica e sua transfiguração em processos sociomuseais decoloniais e ecossistêmicos
Resumo
Só após mais de 70 anos do movimento antropofágico, podemos dizer que a invenção e a
surpresa lançaram-se contra as ‹‹elites vegetais›› na museologia brasileira. Uma museologia
que, mesmo empanturrada de cópias, deglute as musas da invenção clássica e regurgita
originalidades museais nativas — nas favelas, nos terreiros e quilombos, aldeias indígenas,
comunidades e espaços virtuais —, todos os lugares onde o museu, enquanto movimento e
abertura para a vida, espraia-se no chão fértil de memórias oprimidas. Conscientes dessa
opressão, rebelam-se e já não aceitam a ‹‹leitura do mundo›› a partir de um único relato do
passado, contado pelos vencedores da história. Organizam-se na resistência contra um presente
inelutável e um futuro já dado, único e inexorável. Debater a sociomuseologia brasileira sob a
perspectiva decolonial e ecossistêmica desafia este trabalho. Para isto, promove o encontro
entre o filósofo Paulo Freire, a museóloga Waldisa Rússio, o antropólogo Tim Ingold e aqueles
que pensam e fazem o Quilombo Nação Xambá e o Ponto de Cultura Espaço Livre do Coque, em
Pernambuco; o Ilê Axé Ijexá Orixá Olufon e o Matamba Tombenci Neto, na Bahia; entre outras
experiências, resultantes do conquistado exercício da possibilidade museal
Palavras-Chave: Memória, decolonial, ecossistémico, museal
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