A função social feminina na exposição: “O Cotidiano das Mulheres em Outros Tempos”
Resumo
Este breve texto é um diálogo com a minha pesquisa em formação. Não é um resumo e muito menos se propõe a ser um trecho, mas sim um debate sobre a discussão de gênero em museus, tendo como elemento primordial o ofício doméstico. O objeto central deste artigo é a exposição “O Cotidiano das Mulheres em Outros Tempos”, do artista João Maria Ferraz Diniz, inaugurada em 2015 no Museu do Tropeiro - Seccional Casa de Sinhara, em Castro (PR), e como esse ofício doméstico é retratado como um elemento intrínseco ao saber feminino, e não como um ofício a ser aprendido, desempenhado e valorizado. Por meio da análise de algumas imagens presentes na exposição, proponho a observação e a prática do olhar como ferramentas de análise das representações construídas e das narrativas históricas do museu, observando, além da materialidade, os elementos silenciosos nos pigmentos das obras, os quais permitem o debate sobre a desvalorização do trabalho doméstico, as relações de poder, o padrão feminino e a hierarquização de classes. Mesmo que essa pesquisa traga ecos masculinos na teoria, as principais abordagens se vinculam a pensamentos femininos, considerando seus locais de fala e as múltiplas jornadas que essas mulheres desempenharam e desempenham em suas vidas, no ambiente familiar e profissional, para refletirmos justamente sobre a secundarização do ofício doméstico — um ofício que não é remunerado e tratado como um elemento natural do cotidiano familiar, legado às mulheres por gerações.
Palavras chave: Gênero; Museu; Museologia; Casa de Sinhara; Ofício Doméstico
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