Acolhendo a “comunidade”: a museologia profissional diante do giro sociomuseológico
Resumo
O artigo aborda um paradoxo atual da museologia, que cada vez mais utiliza o termo “comunidade” como parte de seu compromisso renovado com a inclusão social e a cocriação, embora ainda careça das habilidades profissionais e dos parâmetros éticos necessários para o trabalho colaborativo. A discussão examina exemplos do Reino Unido para traçar como o termo “comunidade” migrou de políticas internacionais aspiracionais e códigos de ética para informar novas práticas coletivas em museus de diferentes tipos. Ao explorar as múltiplas maneiras pelas quais os museus e as comunidades se nutrem mutuamente, o artigo considera como a colaboração tem sido praticada sob imperativos éticos emergentes – particularmente aqueles que envolvem o trabalho de cuidado e a negociação de lógicas de poder desiguais que frequentemente emergem. A redistribuição de autoridade entre comunidades e profissionais de museus é enfatizada como um desafio persistente no desenvolvimento de uma expertise coletiva, baseada na partilha de saberes e na compreensão mútua. O conceito de “soberania comunitária” é introduzido para articular uma mudança sociomuseológica nas dinâmicas de poder. Tal noção compreende a comunidade como uma forma de imaginação política capaz de mobilizar ações coletivas. Em sua conclusão, o artigo se pauta nas bases da museologia social para conceber princípios fundamentais para uma ética relacional.
Palavras-chave: Comunidades; Museologia social; Profissão; Ética museal.
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