Editorial
Resumo
Na presente edição de Cadernos de Sociomuseologia apresentamos debates sobre os museus e a sociomuseologia que transitem sob a perspectiva da fenomenologia. Analisando sua trajetória, grande parte da museologia, durante muito tempo, procurou organizar-se como um campo que tem sua existência definida a partir de seu objeto, que tem neles uma existência restrita e autocentrada. Era uma museologia que se definia pelo museu, mais preocupada com infestações de insetos ou com a umidade do que com a própria sociedade em que se inseria. Já por muito tempo, entretanto, esta visão tem sido questionada, na direção de uma concepção de museologia mais consciente e responsável, que tem na sua função social seu principal horizonte e na participação da comunidade uma de suas premissas. Reconhecendo estas transformações, tectônicas para o campo, torna-se necessário buscar novas formas de análise. O objetivo é, nesta perspectiva, ampliar as formas e as possibilidades. Não se trata, na maior parte das vezes, de negar a trajetória da museologia, mas vê-la alcançar terrenos ainda inóspitos, que possam contribuir para um constante incremento em sua atuação.
É neste sentido que estudos com uma base na fenomenologia, como aqui se apresentam, podem representar um grande impulso à ampliação do conhecimento disponível. Novas interpretações, como muitos dos caminhos que os artigos aqui publicados ousam trilhar, podem, deste modo, contribuir para que cada vez mais a museologia e o fazer museológico de pessoas e instituições estejam apontados para uma prática cidadã, consciente e que tenha os anseios sociais das diversas populações como linha mestra.
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