Educação, Narrativa e a Busca de Sentido na Era Digital: Uma Entrevista com Ivor F. Goodson: Entrevista conduzida por Elsa Estrela durante o Simpósio ACT4WBeing, em Lisboa

Resumo

A entrevista que se segue com o Professor Ivor Goodson teve lugar durante o Simpósio ACT4WBeing, um encontro internacional que reuniu investigadores, educadores e profissionais para refletir sobre a educação, a autonomia profissional e o bem-estar docente num contexto de crescente digitalização e globalização. Nesta ocasião, a intervenção de Goodson — apresentada em formato de conversa — ofereceu uma perspetiva profundamente humanista e politicamente comprometida sobre o significado de educar, investigar e viver com sentido hoje.

Ivor F. Goodson é uma das figuras mais influentes no campo da educação. Investigador britânico, doutorado em Filosofia pela Universidade de Sussex, lecionou e desenvolveu investigação em universidades do Reino Unido, Canadá e Estados Unidos, e foi professor visitante em instituições como o Max Planck Institute, Sciences Po (Paris) e Universidade de Stanford. Foi professor de Investigação Internacional na Universidade de Tallinn, na Estónia, e investigador sénior associado na Fundação Guerrand-Hermès para a Paz, em Brighton, no Reino Unido. Anteriormente, foi professor de Teoria da Aprendizagem no Centro de Investigação Educacional da Universidade de Brighton. Liderou diversos projetos internacionais e é autor de uma vasta e multifacetada obra sobre estudos curriculares, histórias de vida, investigação narrativa e políticas educativas. Entre as suas distinções contam-se a John Nisbet Fellowship (BERA, 2018), o Michael Huberman Award (AERA), o Doutoramento Honoris Causa pela Universidade de Gotemburgo e o título de Fellow da Academy of Social Sciences (Reino Unido).

Ao longo da sua carreira, Goodson procurou compreender como as políticas educativas e as reformas curriculares se cruzam com as experiências vividas por professores e estudantes. A sua obra defende a educação como um projeto moral e democrático, ancorado nas histórias e aspirações das pessoas e não em imperativos burocráticos ou de mercado. Nesta conversa, reflete sobre a sua trajetória intelectual — do estudo do currículo à investigação narrativa — e sobre os desafios éticos, políticos e existenciais que a educação enfrenta no século XXI.