Comemorações, rituais e quotidianos na formação de professores (1959-1989)

  • Maria Joãol Mogarro Universidade de Lisboa

Resumo

Este artigo analisa as comemorações, rituais e quaotidianos que marcaram a existência de uma instituição de formação de professores, a Escola do Magistério Primário de Portalegre (1959-1989). A análise dos discursos que a instituição e os actores educativos produziram sobre a vida escolar permite também conhecer os valores, normas e regras que enquadraram os processos de formação e a actividade profissional. O período cronológico considerado abrange duas fases, uma anterior a 1974 e a outra a seguir à Revolução do 25 de Abril, tendo a Escola funcionado sob dois regimes político-ideológicos opostos. Esta instituição estabeleceu um regime fortemente disciplinar, baseado nos valores fundamentais do catolicismo conservador e do nacionalismo, e desenvolveu mecanismos de controlo sobre os comportamentos e as atitudes; após 1974, esta dimensão da vida escolar passou a ser marcada pelos princípios da liberdade e da autonomia. Foram utilizadas várias fontes de informação, como documentos de arquivo (livros de actas, relatórios, ordens de serviço) artigos de imprensa pedagógica, fotografias, materiais didácticos, trabalhos de alunos e entrevistas e directores, professores e alunos.

Palavras-chave: Rituais; valores; controlo; autonomia; disciplina; formação de professores.

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