Vol. 1 No. 2 (2021): CRISTO E O CRISTIANISMO
Neste número da AD AETERNUM, que tem como tema geral “Cristo e o Cristianismo”, o eminente teólogo Armindo dos Santos Vaz revisita o tronco comum dos monoteísmos, sublinhando as suas especificidades, relações e semelhanças.
O professor Marlon Fluck apresenta-nos um interessante texto sobre a Bíblia da Missão de Tranquebar, Índia (1706-1765), a partir da pesquisa que empreendeu no Arquivo da Fundação de Francke (Halle, Alemanha) em Dezembro de 2012, quando descobriu que os missionários em Tranquebar desempenharam um papel destacado na conclusão da tradução da Bíblia em língua portuguesa, bem como na revisão e publicação da Bíblia completa na Índia. Um precioso contributo para a história das Escrituras na língua de Camões.
Maria Eugénia Magalhães traz-nos um texto com base no tratado espiritual Céu na Terra, de Isabel da Trindade, que “projeta a medula de uma experiência mística, carregada de uma semântica cognitiva, que brota da sua imersão no abismo do amor de Deus e que toca o insondável, desafia o pensamento e ceva a ação.”
Filipe Francisco discorre sobre o sacrifício enquanto caminho para o ministério profético “não apenas pelas memórias do passado que o sacrifício evoca, mas pela missão profética que ele desperta, ou seja, para o chamado e vocação cristã a um compromisso com o indivíduo, sociedade e com o mundo.”
O bispo António Couto debruça-se sobre uma introdução interactiva do Livro de Isaías abordando as mudanças de cenário histórico, bem como os diferentes ritmos literários e as acentuadas distinções no mapa teológico.
Fabrício Veliq apresenta as linhas gerais sobre a relação estabelecida por Joseph Ratzinger entre o Jesus Cristo da fé e aquilo que ele denomina como Jesus Real, segundo sua obra Jesus de Nazaré. Tal relação é inserida dentro da conhecida da Third Quest sobre o Jesus histórico, através do diálogo que desenvolvido com o rabino Jacob Neusner.
Vitor Rosa fala sobre uma corrente maçónica de misticismo judaico-cristão surgida no século XVIII, denominada Martinismo e fundada sobre os ensinamentos de Martinèz de Pasqually, de Louis-Claude de Saint-Martin e de outros precursores.
Daniel Mineiro reflecte sobre a espiritualidade digital inspirado em Maurizio Ferraris que falou de uma teoria pentecostal para se referir à sociedade industrial.
Flávio Schmitt, Pablo Rangel Cardoso da Costa Souza & Fernando Batista de Campos desenvolvem uma análise histórica e teológica do eixo norteador na adoração pública, sublinhando a existência de uma tríade relacional - louvor, ensino e oferta - no culto cristão.
Gesiel Pereira aborda a origem do movimento pentecostal no Brasil concentrando-se em especial no crescimento notório e na significativa implantação das Assembleias de Deus entre 1910 e 1950.
Apresentamos ainda uma secção de recensões críticas onde se podem ler análises sobre duas obras recentemente publicadas: Populismo religioso e secularização (Portugal) e Teologia no Século 21: Novos Contextos e Fronteiras (Brasil).
A revista respeita tanto a grafia adoptada por cada um dos autores que escreveu na língua portuguesa, anterior ou posterior ao AO/90, assim como os textos vertidos na forma europeia ou do Brasil.