«Des faits, des faits, des faits!» À propos du gouvernement par les chiffres et autres données probantes (dans l’éducation et ailleurs)
Resumo
Tanto para a escola utilitária do senhor Thomas Gradgrind (personagem de C. Dickens em Tempos Difíceis, 1854) como para o seio do aparelho de Estado, organizações internacionais, grupos de reflexão e outras redes de peritos contemporâneos, a quem é confiada a tarefa de pensar as políticas de educação: só parecem contar os ‘factos’ erguidos em alvos, indicadores e marcos das práticas educativas como da acção pública nesta matéria. Aos olhos dos governantes de qualquer nível, “não há performance , não há senão provas de performance”. Em matéria de educação como em outros domínios é preciso mostrar quais as evidências dos resultados positivos ou os resultados positivos esperados. É preciso demonstrá-los evidenciando a prova da sua eficácia, quer seja por meios comparativos, experimentais ou estatísticos. Donde resulta uma intensa actividade documental que alimenta a “burocratização neoliberal” observável em todas as formas de organização. É a esta arte de governar os ‘factos’ que este artigo é dedicado. Mais precisamente, propõe-se revisitar a questão clássica da racionalização governamental à luz da proliferação actual de tecnologias avaliativas atuais visando produzir “evidências”, quer se trate de números estatísticos, de resultados experimentais, de dados comparativos tais como os benchmarks ou as ‘boas práticas’. Esta questão levanta no seu cerne o problema das possibilidades e da sua objetivação como recursos de resistência. Dá-nos a oportunidade de articular ‘a possibilidade da teoria e a possibilidade da prática’ e, assim, afastar os demónios burocráticos do senhor Gradgrind obcecado com fatos e números.
Palavras-chave: factos; objetivação; poder; resistência.
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