Teoria política marxista e saúde coletiva: percepção de trabalhadores em um processo de (de)formação crítica
Abstract
O artigo analisa a percepção de trabalhadores do Sistema Único de Saúde sobre a relação política e Saúde Coletiva através de uma mescla de metodologias ativas de ensino-aprendizagem em um Curso de Formação Política em Saúde. Ao término do processo, oitenta e oito trabalhadores que participaram do curso responderam uma entrevista semiestruturada, cujo tópico analisado neste estudo referiu-se a percepção deles sobre esta relação. Para isso, utilizou-se uma análise de conteúdo do discurso, do tipo frequencial, cujas unidades de texto foram as proposições e/ou sentenças. As categorias mais frequentes foram “Perceberam que as ações no contexto da saúde e da Saúde Coletiva são políticas”; “Ampliar a compreensão sobre saúde e a pensar de forma diferente” e “Desconstrução sobre a relação entre saúde coletiva e política”. A percepção dos trabalhadores sobre a relação política e Saúde Coletiva ampliou seu escopo de acordo com a perspectiva crítica desejada. Passou-se de uma visão institucional para uma visão totalizante em sua situação de clivagem de classe. Compreendeu-se que o processo de ensino-aprendizagem vivenciado é o que poderia se caracterizar com uma verdadeira (de) formação crítica.
Palavras-chave: educação; crítica; saúde coletiva; política; trabalhadores.