Políticas do Ensino Superior em Portugal na fase pós-Bolonha: implicações no desenvolvimento do currículo e das exigências ao exercício docente
Abstract
O Ensino Superior, desde o final do século XX, tem sido objeto de reformas ad- vindas de políticas internacionais (Robertson, 2009; Lima, 2012b) com efeitos, nomeadamente na organização dos cursos e nos processos de desenvolvimen- to curricular. Estes processos exigem modos de trabalho pedagógico docente onde os estudantes sejam considerados sujeitos ativos do ensino-aprendiza- gem-avaliação (Zabalza, 2011; Luke, 2011). No quadro desta problemática, este artigo dá conta de um estudo realizado na Universidade do Porto (U.Porto) que teve como objetivo analisar implicações de políticas decorrentes do Proces- so de Bolonha (PB) na organização e no desenvolvimento do currículo e nos efeitos gerados no exercício da docência. Partindo de conceções de currículo que suportam políticas de ensino superior em Portugal na fase pós-Bolonha (Leite & Fernandes, 2011), o estudo, na sua componente empírica, recolhe da- dos, através de um questionário com duas perguntas fechadas e uma aberta, a docentes da U.Porto. A análise desses dados, realizada por uma estatística simples (perguntas fechadas) e por análise de conteúdo (Krippenendorf, 2003) dos discursos enunciados (pergunta aberta), aponta para a existência de tensões paradigmáticas que refletem dilemas, decorrentes do ideário que acompanhou o PB e as condições existentes para a (re)configuração da organização e do desenvolvimento do currículo, na concretização de um modo de trabalho pedagógico de orientação crítica.
Palavras-chave:políticas de ensino superior; currículo; docência universitária.